Rã-touro: pesquisa demonstra as várias aplicações da carne e da pele do anfíbio
Rosilene Ricardo
O valor nutritivo da carne de rã já é reconhecido,
mas poucos sabem que seu consumo pode minimizar certos tipos de
problemas de metabolismo em crianças. Nem mesmo a pele precisa ser
descartada. Os pesquisadores já descobriram que, transformada em pó, ela
ajuda a diminuir o tempo de cicatrização de queimaduras. Pensando
nisso, o pesquisador José Teixeira de Seixas Filho, do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), coordena, com o apoio da FAPERJ, o projeto Melhorias da técnica de criação de rã-touro, que vem estudando formas de baratear os custos de um ranário, para que a carne de rã faça parte do prato de mais brasileiros.
Executado no Laboratório de Pesquisas em Biologia do Curso de Ciências
Biológicas e do Mestrado em Desenvolvimento Local da Unisuam, o projeto
é desenvolvido em convênio com a Fundação Instituto de Pesca do Estado
do Rio de Janeiro (Fiperj) e das associações de ranicultores do estado,
formando, assim, um moderno conjunto de ações públicas, denominado de
Hélice Tríplice.
Para a pesquisa, a escolha recaiu sobre a espécie rã-touro (
Rana catesbeiana) devido
a seu tamanho avantajado, sua grande adaptação à criação em cativeiro e
pela carne altamente nutritiva. "A carne de rã pode ajudar a diminuir
mais de 500 erros inatos de metabolismo em seres humanos, como certas
alergias a carboidratos", explica Seixas. Seu consumo também fortifica o
sistema imunológico, minimizando problemas de desnutrição. "Quando os
estudos estiverem bem fundamentados, nosso próximo passo será elaborar
uma papinha, destinada a
crianças alérgicas
e desnutridas. O assunto é tema de projeto de mestrandos da Unisuam,
envolvendo alunos da graduação e dos programas de Iniciação Científica
do Curso de Ciências Biológicas e da Saúde", conta Seixas.